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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Mudança, para o serviço de hemato – oncologia

Como vos falei, em posts anteriores, iria mudar de serviço, do 7º andar (neurocirurgia) para o 8º andar (hemato - oncologia). Então, esta transferência de serviço, aconteceu no dia 25 de Outubro. E assim já tinham passado, precisamente, 12 dias desde o 13 de Outubro – dia da operação.
O método a usar na mudança, foi a cadeira de rodas, já que não tinha força suficiente, nem podia fazer muito esforço para me movimentar de pé nesta altura. Assim sendo, este era o meio que utilizava nesta fase para caminhar num espaço mais longo.
Quando lá cheguei e entrei na minha enfermaria (quarto) enfrentei-me com um rapaz ligado a fios e com medicamentos a correr nas veias…deduzi, logo que seria um dos medicamentos para tratamento da doença – tumor. Até poderia não ser e eu estar errado no pensamento, pois poderiam ser outros inúmeros medicamentos intravenosos para outro efeito. Porém, com o passar do tempo fomos falando um com o outro e afinal era mesmo o que tinha em mente, tratamentos para combater a doença.
Nos primeiros dias neste andar, fui observado várias vezes pelo Dr. Aveiro e a sua equipa, com o objectivo de analisar o meu caso e do mesmo modo, ver se o organismo estaria preparado para receber os devidos tratamentos. Também realizei alguns exames para melhor estudo.Contudo, durante estes dias, continuava a cumprir exercícios de recuperação a nível físico, principalmente a dar alguns passos, mesmo com ajuda de terceiros, uma vez que gostava muito de andar e era o que mais queria, embora fosse extremamente complicado.
Passados alguns dias deparei-me com uma situação menos boa. Deu entrada no mesmo quarto, um senhor que falava muito bem, andava, mas cada dia que passava via-o mais abatido, deixando de comer e etc. Começou a sofrer de dores, que nem os medicamentos acalmavam. Com esta situação, incomodava-me imenso para descansar durante a noite. Então decidi pedir a uma enfermeira, se era possível mudar-me de quarto, nem que fosse para o isolamento, uma vez que estava sem doentes, pois sentia um mal-estar ao ver uma situação daquelas. Mas esta enfermeira recusou e disse-me que tinha que aprender a viver estas situações normais da vida, como também ver alguém a falecer! Infelizmente, há pessoas sem sensibilidade e sem bom coração. Mais uma noite, com o senhor a sofrer, voltei a pedir para mudar de quarto, mas, agora com um enfermeiro, este aceitou logo e falou que não devia estar a ver tais situações, pois assim afligia-me e só fazia mal. Logo, no mesmo dia, sem perda de tempo, mudei de quarto. No dia seguinte, soube que o referido senhor tinha falecido. O que me pôs um pouco mal, a pensar várias coisas, mas também logo pensei que cada caso é um caso e é assim que deveremos pensar.
À posteriori, fui encaminhado para a Dr.ª Luísa de reabilitação me avaliar e depois uma fisioterapeuta, que no meu caso era a fisioterapeuta Fátima para me acompanhar/orientar e adoptar os melhores exercícios para a recuperação. Aqui sim, iria principiar a verdadeira recuperação física, pois estaria acompanhado por fisioterapeutas profissionais.
Nesta altura, sentia-me mais confiante para enfrentar os obstáculos que faltavam ultrapassar, por estar a iniciar a recuperação junto de profissionais e por sentir que voltaria a andar. Por tudo, queria sair o mais rápido possível da cadeira de rodas, porque tendo um irmão nessa situação, desde nascença e, também conhecendo várias pessoas, sei o complicado que é.
Bem, amigo por hoje será tudo. No próximo, relato-vos mais alguns passos na minha caminhada da recuperação, como também irei falar-vos do primeiro tratamento.
Abraço

Um comentário:

Anônimo disse...

Oi nelson
Não deve ser nada fácil voltar atrás a seu passado, onde foi uma parte da sua vida de muita dor e de sofrimento.
Mas são pessoas como você que conseguiram ultrapassar a doença,que devem dar o seu contributo e coragem a outras pessoas que hoje se encontram na mesma situação.
E o Nelson consegue transmitir essa força os doente, que é muita bom. Que como sabe não é nada fácil!
Tem que haver muita força vontade para lutar contra a doença. E o seu apoio e afecto é muito importante.
Só tenho que lhe agradecer em nome de todos os doentes que se encontrem nestas situações dolorosas.
Que infelizmente são cada vez mais!!

MT OGRIGADO E CONTINUE A ESCREVER...

ABRAÇO "BJS"

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