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quarta-feira, 25 de junho de 2008

No recobro…

Continuando já nesta longa historia, pensei que após algum tempo de repouso e vigilância, iriam transferir-me para o quarto. Até porque, estava desejando de me ver fora do recobro. Não é que me tratassem mal, antes pelo contrário, mas sim por ser um local frio. Sendo um local onde colocam os “pós-operação” deparava-me com doentes queixosos com dores, o que felizmente não me acontecia, uma vez que não sentia dores. Porém, as enfermeiras informaram-me que teria que esperar que o Dr. Brazão me observasse! Então aí é que me interroguei e perguntei à equipa de enfermagem do recobro quem seria este Dr., pois nunca tinha ouvido falar dele!? Posto isto, explicaram que foi o Dr. que me “cortou” para a intervenção. E também foi o referido médico que afastou os pulmões. Como os médicos da coluna não são especializados em mexer na zona torácica, então lá esteve um médico especializado na zona torácica, para que corresse da melhor maneira. Cada vez mais, tinha melhor impressão dos médicos que me acompanharam (Dr. Pedro Lima e Gil Bebiano), pois não arriscaram a intervir em regiões em que não são especializados e assim chamaram um médico especializado na área dos pulmões. Concluo no meu íntimo, que não colocaram a minha saúde, nem a minha própria vida em risco e preocuparam-se com todos os detalhes.
Prosseguindo, permanecia no recobro à espera que o Dr. Brazão chegasse, as enfermeiras falaram que até poderia não vir. Sendo assim teria que passar a noite no recobro. Poderia nem ir observar-me, já que ele estava numa urgência. Entretanto, enquanto aguardava com esperança que ele viesse, o médico Gil Bebiano visitou-me para ver como estava reagindo à operação. Ele apercebeu-se que estava a reagir bem. Ficou tão contente pelo facto da cirurgia ter corrido tão bem, que disse que se eu quisesse, a minha namorada poderia passar a noite comigo no hospital, para assim estar com mais apoio e sentir-me animado. Quando estava no 7ºandar, antes da operação, o quarto era dividido com outros doentes…mas o médico explicou-me que agora teria um só para mim (isolamento). No recobro, sendo lugar de cuidados, não é permitido receber visitas, excepto de familiares e não podem estar por muito tempo. Apesar disso a enfermeira, que me conhecia, minha amiga e vendo que era um jovem que tinha sido sujeito a uma operação muito complicada, abriu uma excepção e acabou por deixar que a namorada ficasse a acompanhar-me até que saísse do recobro. Portanto, rodearam a minha cama com umas cortinas para não perturbar outros doentes. E assim foi. Passado um certo tempo, o médico sempre consegui vir no dia, mas mesmo assim já eram 23h (11h da noite), observou-me, principalmente ao dreno. Então concluiu que estava tudo dentro do esperado. Sem perda de tempo, informou-me que já me ia transferir do recobro para o andar, não para o 7º onde estava antes da intervenção, mas sim para o 1ºandar, pois é o seu serviço e teria que permanecer durante alguns dias a seu cuidado. Como no 1ºandar o quarto não seria só meu, o Dr. Brazão não podia permitir que a minha namorada lá passasse a noite. Então teve que deslocar-se para o 7ºandar e dormiu sozinha no quarto que me ia pertencer sem doentes.
Graças a Deus, felizmente durante o pós-operação não senti dores, ao contrário de muitas situações. O que mais temia seria dormir, uma vez que possuía uma máscara de oxigénio para respirar, como também o dreno nos pulmões. Tal não veio a acontecer, adormeci rapidamente, talvez por ainda estar com o efeito da anestesia geral.
Foi assim, que passei, o pós operação. Continuem passando por cá, nos próximos relatarei os primeiros passos que dei, pois como sabem já estava numa cadeira de rodas.
Abraço

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Pós operação – Recobro…post1

Imagem1 - Entrada do dreno

Imagem2 - Frasco Colector

Imagem3 - Resultado Final

P.S: Embora estas imagens, principalmente a 1ª, não seja de mim próprio, digo-vos que é idêntica. Na imagem 3, também o frasco que observam, no final do tubo não era esse, mas sim o frasco colector da imagem2.

Continuando a fase da operação, quando acordei estava no recobro – local onde nos colocam depois das cirurgias para repousar como também para controlar a nossa reacção às horas seguintes, que acabam por tornar-se importantes. A intervenção cirúrgica iniciou-se às 9h, tendo terminado às 13h, como já vos descrevi, ou seja durou aproximadamente 4h de tempo. Não sei bem a que horas acordei, porém só me lembro a partir do momento em que vi minha mãe entrar, por volta das 15:30h. No recobro só é permitido uma única pessoa entrar, então, logicamente que minha mãe foi a primeira. Quando já me encontrava consciente vi-me todo entubado, todo ligado, mas o que era mais complicado e fazia impressão era estar com a máscara de oxigénio na cara para conseguir respirar. Máscara esta, que permaneceu e me atormentou durante alguns dias. Só conseguia respirar através da máscara, porque para intervirem na zona da coluna tiveram que afastar os pulmões, pois o sítio onde tinha o problema, ficava por detrás dos pulmões. Portanto, enquanto os pulmões não estivessem a 100% precisava de ajuda para respirar. Experimentei tirar a máscara, uma vez que me causava muito incómodo, mas não conseguia respirar sem ela. Se ficava alguns segundos sem ela, começava a sentir tudo a andar à roda…o que era natural, pois não chegava oxigénio ao cérebro. Logo, as enfermeiras informaram-me que não poderia retirá-la. Contudo, senti uma sensação esquisita na zona abaixo do braço direito, toquei a ver o que era…era um dreno (como podem ver na imagem1) introduzido desde o referido lugar até os pulmões. Este dreno, é um tubo que tem a função de retirar todo o sangue que tenha ficado da operação, para que o mesmo não fique dentro e assim não surgir infecções. Assim o sangue sai pelo tubo cumprido, que seguidamente entra num frasco colector (imagem2). Em que o resultado é a imagem 3. Continuando, passado algum tempo, minha mãe saiu e entrou a minha namorada. Esta foi quem me ajudou a limpar a testa e a cara durante todo o período em que estive no recobro. Ajudou-me, uma vez que estava a transpirar constantemente, talvez efeitos da anestesia como do pós-operatório. Precisava de ajuda, pois não conseguia mexer-me, porque estava todo ligado e entubado. À posteriori, realizei um raio-x no recobro, mesmo deitado na cama, para que os Drs. Pedro Lima e Gil Bebiano observassem como estava a prótese, e foi nesta altura que soube de todo o processo ocorrido durante a cirurgia, enquanto a verdadeira doença só soube dias depois. Em relação ao realizado na intervenção, passou por substituírem uma vértebra, mais especificamente a D8, por uma prótese. As vértebras são os ossos que constituem a coluna vertebral, a qual muitas pessoas dão o nome de espinha. Pensei que após o raio-x e como estava tudo bem, iriam mandar-me para o meu quarto…mas não. Teria que continuar mais algum tempo em repouso e em vigilância, isto porque tinha sido uma operação de risco. Até percebi, porque não deve ser nada fácil ter que afastar os pulmões e substituírem uma vértebra.
Por hoje, amigos, ficarei por aqui. Continuem visitando, no próximo relatarei o resto do tempo que permaneci no recobro.

Abraço

domingo, 15 de junho de 2008

Fé durante a cirurgia – 13 é protector…não azar

Talvez o melhor que há – a FÉ. A fé move milhares de pessoas e salva-as muitas das vezes…crendo em Alguém lá do Alto. Sei que familiares, como pessoas do exterior prenderam-se em frente da televisão a pedirem a Nossa Senhora de Fátima para que tudo corresse da melhor maneira durante a operação. E prenderam-se, porque fui operado no dia 13 de Outubro e como vós sabeis decorrem durante todo o dia as cerimónias no Santuário de Fátima. Confesso que me senti protegido pela N.S. de Fátima, uma vez que a minha intervenção cirúrgica iniciou-se por volta das 9h, hora que ao mesmo tempo começou as cerimónias no Santuário e a operação terminou, aproximadamente, às 13h (1h da tarde), a hora que encerrou as referidas cerimónias. Ter terminado às 13h, é mais um indício que Alguém estava comigo, sendo operado no dia 13 e a operação ter terminado às 13h. Por tudo isto, hoje em dia digo com alegria, que ainda bem que a cirurgia foi nesse dia, porque assim tinha Alguém no Alto a olhar por mim. Hoje pressinto que foi Deus que esteve ao meu lado, pois como já descrevi, em posts anteriores, a intervenção estava marcada para dia 17 e os Drs. anteciparam para 13 de Outubro. Foi o Alto que assim quis, para que ocorresse no dia de N.S. de Fátima…agradeço por ter sido feita a Vossa vontade.
No próximo falo-vos do “pós-acordar” da intervenção cirúrgica.

P.S. Tenham fé, pois é ela que salva muita das vezes dos obstáculos da vida. Os milagres existem e muitos deles estão provados.
Abraço

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Dia da operação…

Após, um período de interrupção estou de volta à minha escrita.
Chegando ao verdadeiro dia, pela manhã, acordei cedinho por volta das 7h, para que as enfermeiras me dessem banho. Como já referi os duches nos últimos dias eram na cama, pois estava proibido de me levantar, do mesmo modo que este não foi excepção, o banho foi na cama! À posteriori, tinha que descer do 7º para o 1ºandar, zona do bloco operatório às 8h, até porque seria o primeiro do dia a ser operado. Entretanto não estava na hora, aproveitei para falar com a família e namorada momentos antes. Permaneci tranquilo, pois também não tinha a noção das consequências graves que poderia resultar da intervenção, caso algo corresse mal. Porém, estava algo ansioso. Já tinha estado no bloco, quando realizei biopsias, mas desta vez era diferente. Eram 8h, os enfermeiros informaram-me que estava na hora de descer, desejaram-me boa sorte e lá fui. Ao chegar ao local, esperei que os Drs. Pedro Lima e Gil Bebiano chegassem. Aguardei no quartinho ao lado, do quarto principal da mesa de operações. Enquanto aguardava também que o ponteiro do relógio batesse nas 9h, pois seria a hora do começo, só deparava-me com enfermeiros do bloco a transportarem material para a realização da cirurgia. Aí principiou o nervosismo. Eis então que chegam os médicos, apenas o Dr. Pedro Lima, deslocou-se junto a mim, para me dar umas palavras de conforto e dizer que confiasse no seu trabalho e que tivesse muita Fé. A Fé, durante todo o tempo, tive-a… e confiança também. Sempre acreditei nas suas competências e que seriam capazes. Passados alguns minutos, transferiram-me para o local da verdade, o quarto onde está a mesa cirúrgica. Colocaram-me na mesa e apenas me lembro de ver umas luzes, depois injectaram-me a anestesia geral, senti um frio pelo braço e nem dois segundos…estava “noutro mundo”.
Assim foi, avançaram para a operação. Durante a cirurgia quem estava por fora (família) sofreu imenso, mais que eu neste momento, hehe. Sofreram com o medo do que poderia acontecer, pois sabiam das consequências, caso algo corresse menos bem. Agora sei que, principalmente, a minha namorada ainda não sabia a verdadeira doença. Mas no dia da operação soube, uma vez que estava perto do bloco para estar a par de como estava a decorrer a operação. Também minha mãe lá estava, mas ela já sabia! A minha namorada ficou só algum tempo, quando saiu o Dr. Gil Bebiano e o Dr. Rogério, este era o médico do nariz que me tratou quando estive internado no 8ºandar, mas que sempre se interessou em me acompanhar, até na operação. Foi este o (Dr. Rogério) que lhe transmitiu a má noticia da doença que me estava a invadir. Tornou-se difícil para quem me rodeava enfrentar e aceitar que tal coisa estava a acontecer-me.
Por agora será tudo. Continuem visitando.
Abraço

sábado, 7 de junho de 2008

Parte 2

Para perceberem este tópico, proponho que leiam primeiro a parte 1 “ressonância magnética…dias antes da operação! Parte 1”.
Continuando, neste mesmo dia 6, o médico deparou-se comigo em baixo, pois agora nem podia sair do quarto na cadeira de rodas. Não é bom estar numa cadeira, mas com esta ainda podia sair até ao corredor. Como o exame era no dia 10, e sendo um exame que, infelizmente não realizam no hospital, tinha que deslocar-me ao centro do Funchal. Assim, o Dr. ligou para o sítio onde efectuavam a ressonância e exigiu que antecipassem o meu exame, com alguma urgência. Então lá colocaram um dia antes…em vez da terça-feira (10) seria na segunda-feira (9). Todavia, recuar mais, seria impossível, pois ao domingo e ao sábado, está encerrado. Passei o fim-de-semana com dificuldades, sempre deitado, mas era a noite que me saturava. Pois, como sabem não alcançava o que queria, e se pretendesse virar-me teria que estar permanentemente a chamar de madrugada as enfermeiras. Sinceramente, nem dormia muito. De dia, passava mais calmo, devido as estar sempre alguém familiar comigo. Tive a sorte de estar sempre acompanhado. Pela manhã todos dias, chegava uma pessoa para estar ao meu lado. Muitas vezes era a namorada e outras a mãe. Pela tarde, estavam as duas e quem me visitasse. Durante dias de semana, meu pai terminava trabalho, todos dias sem falhar e logo ia visitar-me até as 20h, hora até o qual são permitidas visitas. Porém, as enfermeiras, percebiam minha situação e deixavam a família ficar até às 21h ou 21:30h. Sempre era mais um tempo com companhia. Desde já agradeço às enfermeiras pela compreensão.
Voltando à batalha, era segunda-feira, dia de cumprir o exame. Como já referi anteriormente, é um exame que se realiza fora do hospital. Tive que deslocar-me de maca desde o quarto, 7ºandar, até à ambulância, pois seria neste transporte que tinha que ir ao centro do Funchal. Também foi a única maneira, após aproximadamente 1 mês de internamento, poder sentir o ar da rua, a luz natural e etc. Lá fiz o exame, que não gosto, não pela dor, mas sim pelo incómodo. No meu caso, tive que estar totalmente debaixo da máquina, esta que faz imenso barulho e estar com os olhos perto do topo do aparelho sem conseguir ver mais nada, rrrrsstt….aproximadamente 1:30h, tempo que demorou a realizar a ressonância. No dia seguinte, no dia 10, os Drs. Pedro Lima e Gil Bebiano, informaram que iriam antecipar a minha operação. Em vez de dia 17, passava para dia 13 de Outubro, numa sexta-feira. Este recuo foi devido após terem analisado o diagnóstico do exame, depararem-se com algo mais urgente para intervir, não deixar avançar o meu problema e consequentemente tiveram certeza da minha doença. Contudo, a verdadeira doença só soube nos dias posteriores à intervenção cirúrgica. Eu até preferi saber, só depois e agradeço por não me alertarem para a minha doença antes. Confesso, que receei ser operado num dia 13 e numa sexta-feira, pois dizem que sexta-feira 13 é de azar. Nunca fui muito de acreditar nessas superstições, mas digo que nesta situação…fiquei algo nervoso. Mas minha mãe queria que fosse neste dia, pois 13 de Outubro é dia de Nossa Senhora de Fátima e assim iria tê-la a olhar por mim. Depois, já não me importei. Mesmo que não quisesse já estava marcado e não podiam permitir que a doença (?) tomasse conta de mim. Quem sabe são os médicos.
Sendo dia 10, faltavam 3 dias para a cirurgia. Os médicos alertaram só que era algo delicada e demoraria algo tempo a intervirem. Então, eles (Drs.), proibiram-me totalmente de me levantar, até me sentar na beira da cama. Seriam 3 dias totais de repouso, para melhor intervenção na coluna. Torna-se complicado, estar dias sempre deitado, só vendo tecto…teve que ser. O mais duro é tomar banho na cama…horrível, e do mesmo modo, mudam a roupa da cama, comigo deitado…não queiram ter essa sensação. E então comer? Lavar dentes? Dispenso descrição…imaginem! Prosseguindo, estava no 12, véspera de operação. Eu nem estava muito nervoso, também porque confiava na equipa médica, e também porque não tinha a noção das consequências graves que poderia ter se algo corresse mal. Tanto a verdadeira doença, como as possíveis consequências de algum erro durante a intervenção, só soube nos dias seguintes à cirurgia. O que queria era acordar bem e sem dores após a operação. À noite rezei, como sempre o fiz, para que corresse bem e fosse embora de uma vez, esta tortura que há quase 4 meses começou.
Já me alonguei muito, não vos massacro mais. Na próxima escrituração, relatarei momentos antecedentes e posteriores à operação.
Abraço, Bom Fim-de-Semana

Ressonância magnética…dias antes da operação! Parte 1

Dando novas notícias, já nesta longa escrita, irei escrever mais alguns capítulos. Desta feita, a ressonância magnética, do mesmo modo que falarei dos dias que antecederam a operação.
Isto já é uma história, um pouco comprida, mas toda verídica. Todavia, faço-o com toda vontade para assim poder mostrar que é sempre possível vencer, mesmo com todos os obstáculos que surjam. Este post demonstra mais a parte do sofrimento.
Deixando-me de “blá blá” e avançando, estava a chegar o dia do referido exame, que seria no dia 10 de Outubro (terça-feira). Estava no dia 5 (quinta-feira), de manhã e tinha que me levantar para que as auxiliares pudessem fazer a minha cama. Contudo, ao me levantar, fui perdendo força e caí no chão. Graças a Deus, não caí de uma vez, fui caindo aos poucos. O pior é que estava só. As auxiliares ainda não tinham chegado. Tive que encontrar uma solução! Então, resolvi ir me arrastando pelo chão até chegar à parede e também a uma cadeira que estava encostada, para que assim me levantasse. E consegui, se não tivesse força para alcançar a cadeira…o único remédio era esperar que alguém chegasse. Neste mesmo dia à tarde, recebi a visita do Dr. Pedro Lima, este sem perder tempo, informou-me que estava proibido de me levantar até ao dia da operação. O máximo que me permitiam fazer era sentar-me na beira da cama. Como é lógico é massacrante, diversos dias e só poder fazer o referido. Estava no dia 5 a operação seria dia 17, faltavam 12 dias, seriam estes os dias sem sair de uma cama. No dia 6 (sexta-feira) de manhã, o mesmo médico visitou-me novamente, para me observar. Ele ao ir ao meu encontro, eu chorei logo, e comecei por dizer que passei mal a noite, uma vez que quis virar-me de lado e agora cada vez mais, tornava-se mais complicado. Agora nem com ajuda das minhas mãos e deixei de sentir totalmente o corpo da cintura para baixo. O Dr. sendo um ser humano e tendo noção do que estava a “desaguar” em mim, também deitou algumas lágrimas, porque percebeu que o meu estado não era o melhor. Mais tarde, falou comigo, mandou parar de chorar, para ter força de vontade que ele ia tratar-me pelo melhor, ia fazer tudo que estivesse seu alcance para me ver andar como antes. Então, as suas palavras deram-me ânimo e confiança para enfrentar o que faltava. O impedimento de poder estar de pé, foi devido eu já não ter força nas pernas, como também para não forçar o problema da coluna. Portanto, fosse o que fosse que estivesse na coluna a perturbar, não crescesse e não afectasse mais partes do corpo/organismo. A única vez em que podia me levantar, seria para obrar (necessidades fisiológicas = cocó…hehe) e mesmo assim era ao lado da cama, numas cadeiras especiais (cadeira - sanita). O sufoco era para me porem na referida cadeira, isto porque eu não me aguentava nada, tinham que ser 2/3 enfermeiros. Senão, era um enfermeiro e com ajuda de minha mãe ou a namorada lá conseguiam. O que mais me abatia era não poder andar e logo não alcançava nada sem ajuda de alguém. Doloroso, era estar algaliado dia após dia. Era mesmo complicado estar a viver desta maneira, dependente sempre de terceiros, para comer, necessidades, vestir e etc. Sendo eu ainda um jovem, tive que aprender a contornar vários obstáculos impertinentes.
Para não tornar este post cansativo e longo, optei por fazê-lo em duas partes. Portanto, a continuação está na parte 2.
Abraço

quarta-feira, 4 de junho de 2008

7ºandar, ficar sem andar…cadeira de rodas!

1-Algália



2-Saco Colector

Nesta altura estava em apuros e muito mal, por sentir constantemente “choques” nos membros inferiores, quase até cair, muito formigueiro nos pés, como também perda de sensibilidade nas pernas. Pior era, perceber que cada vez mais me via a ficar sem andar! Contudo quando estava na cama de dia ou mesmo à noite, era mais complicado para me virar, pois não conseguia, precisava de ajuda. Tinha alguma força, porque ainda andava mais ou menos de pé, agarrado a alguém mas ia. Sozinho é que não. Mas para me virar de um lado para o outro, não era capaz, isto porque eu fazia força mas as pernas não vinham. A única solução era eu próprio agarrar nas pernas e puxá-las…era assim que ia passando, quando estava só, principalmente à noite. Porém o meu problema da coluna, em que algo estava a pressionar a medula, por vezes afecta mais partes do organismo. No meu caso…a bexiga. Cada dia que passava, no momento que ia urinar era um pesadelo, era uma demora para o conseguir! Até que um determinado dia…prendeu a urina. Fui à casa de banho e nada saía…esperei alguns minutos e nada era uma dor na barriga. A dor para urinar permaneceu e eu não conseguia urinar. Então, os enfermeiros resolveram algaliar-me. Todos vós deveis saber o que é este processo. Consiste em meterem um tubo no pénis e à posteriori a urina vai directamente para um saco. Assim, sempre que chegue urina à bexiga, sai. No momento deste procedimento, ui ui, são minutos de algum sofrimento.
Os Drs. ao verem que eu tinha dificuldades para movimentar-me, informaram-me que agora se, eu pretendesse ir a algum lado ( no hospital) só o fazia de cadeira de rodas, para que assim não piorasse o que estava sobre a medula e na vértebra. No dia seguinte perdi a força totalmente, e então a partir deste dia só de cadeira de rodas. Não me aguentava mesmo nada em pé, mesmo tendo alguém eu não conseguia dar passos. As pernas ficaram, como dizem, bobas! Da cintura para baixo, era como não existisse. É extremamente complicado depararmo-nos com a realidade da cadeira. No dia seguinte os médicos disseram que o meu caso teria que ser submetido a uma intervenção cirúrgica. Correram rumores (mas nunca da boca de Drs., mas sim de terceiros), que teria que deslocar-me ao Porto ou Lisboa para ser operado, pois era a primeira vez que havia um caso como o meu na Madeira., num jovem e na coluna. Sinceramente, nunca liguei muito ao que diziam as outras pessoas, queria era me ver bem e contudo confiava nos médicos. Todavia, no dia seguinte, recebo a notícia da boca dos médicos que a operação iria realizar-se na Madeira e para não me preocupar que iriam tomar conta de mim. Nesta conversa com os médicos, estes já me esclareceram o dia da operação, seria dia 17 de Outubro. Mas antes teria que cumprir um exame – ressonância magnética, para melhor aperfeiçoamento, melhor localização do enigma (que a mim diziam ser uma hérnia), do mesmo modo puderem estudar como iam me operar e etc. Com este exame conseguia melhor diagnóstico, imagens mais profundas do que um raio-x ou mesmo uma Tac.
Bem, amigo, por hoje será tudo. No próximo post descreverei o exame que era para um dia e depois anteciparam, como relatarei os dias que antecedentes da operação e como cheguei a nem sequer ser permitido andar na cadeira, somente deitado vários dias.
P.S: Nas figuras podem observar os componentes necessários para estar algaliado. Resumidamente: Trata-se de meterem a algália (1) no pénis e logo depois encherir o saco colector (2) na algália. Como podem observar na imagem 1, na ponta tem um balãozinho, pois este serve para quando chegar à bexiga, após introdução no pénis (ele entra vazio-o balão), é enchido com água destilada e ficar preso no interior da bexiga, para que assim não esteja constantemente a sair.
Abraço

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